Diego Abreu
Publicação: 25/09/2011 08:00 Atualização: 25/09/2011 08:49
O Partido Social Democrático (PSD) já nasce, se aprovado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), com uma estrutura de fazer inveja aos concorrentes.
Começará com 7,2 milhões de votos — cálculo aproximado de quanto receberam em 2010 os deputados federais, senadores e governadores que irão se filiar ao partido. Deverá ocupar a terceira ou quarta maior bancada no Congresso, com, até agora, 49 deputados, que representam 4,4 milhões de votos, dois senadores e um par de governadores. Também terá forte representação nos estados. Mas não é só isso.
Todos os que estão de malas prontas para desembarcar na agremiação idealizada pelo prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (ex-DEM), querem trocar de legenda sem o risco da perda do mandato por infidelidade partidária. A maioria ainda pretende deixar de ser oposição ao governo da presidente Dilma Rousseff. O PSD surgirá como uma sigla independente, com tendência à base aliada do governo. Prova disso é a proximidade com o PSB, do governador de Pernambuco, Eduardo Campos, escudeiro do governo Dilma.
Mesmo antes de ser criado, o PSD tem dado demonstrações de que, além de ser “bom de voto”, é bom também na hora de superar a burocracia. Em nove meses, já trocou de nome e ainda afirma ter conseguido todos os documentos para obter o registro no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O processo de criação de um partido leva, em média, um ano e meio. A sigla, no entanto, conseguiu façanhas como obter um número de CNPJ na Receita Federal no mesmo dia em que deu entrada no pedido no cartório, ter registros deferidos em tribunais regionais em sessões que duraram menos de 10 minutos, além de reunir 500 mil assinaturas em pouco mais cinco meses.
Para a Procuradoria-Geral Eleitoral, “proeza” quase impossível, visto que a coleta de assinaturas para a criação das leis da Ficha Limpa e da Compra de Votos, por exemplo, levaram mais de dois anos —, enquanto para a criação de um partido é necessário reunir 492 mil adesões, para uma lei de iniciativa popular, o número gira em torno de 1 milhão.
Nos bastidores, os próprios aliados do Palácio do Planalto admitem que a criação do PSD conta com as bênçãos de Dilma e com a articulação do ex-deputado Ciro Gomes (PSB). Nem ele nem o irmão, o governador do Ceará, Cid Gomes (PSB), dizem cogitar mudança de partido. Mas a fusão das duas legendas chegou a ser idealizada por algumas lideranças.
Prefeitura
A ideia de Kassab de construir um novo partido surgiu depois de o prefeito cogitar a transferência para o PSB. O receio de perder o comando da prefeitura paulistana por infidelidade partidária, porém, motivou Kassab a rodar o país em busca de apoio para a criação de uma sigla. O surgimento do partido em tempo de disputar o pleito municipal de 2012 parecia improvável no começo do ano, quando foi iniciada a coleta das assinaturas. Hoje, a 12 dias do prazo para que a o PSD consiga o registro, as chances de o partido ser concebido a tempo são grandes, embora o julgamento iniciado na última quinta-feira pelo TSE tenha sido adiado.
Se de um lado a criação do PSD interessa ao governo federal, que aposta num enfraquecimento ainda maior da oposição, de outro, partidos críticos à gestão de Dilma trabalham incessantemente pela desconstrução da imagem da legenda. Além de DEM e PTB, que batalham para que o TSE não conceda o registro ao PSD, o Ministério Público Eleitoral (MPE) também se empenha para barrar a criação do partido. O motivo é o desorganizado processo de registro da agremiação, que, antes mesmo de contar com a quantidade necessária de assinaturas certificadas pelos Tribunais Regionais Eleitorais, resolveu dar entrada no pedido de aprovação do estatuto no TSE.
Começará com 7,2 milhões de votos — cálculo aproximado de quanto receberam em 2010 os deputados federais, senadores e governadores que irão se filiar ao partido. Deverá ocupar a terceira ou quarta maior bancada no Congresso, com, até agora, 49 deputados, que representam 4,4 milhões de votos, dois senadores e um par de governadores. Também terá forte representação nos estados. Mas não é só isso.
Todos os que estão de malas prontas para desembarcar na agremiação idealizada pelo prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (ex-DEM), querem trocar de legenda sem o risco da perda do mandato por infidelidade partidária. A maioria ainda pretende deixar de ser oposição ao governo da presidente Dilma Rousseff. O PSD surgirá como uma sigla independente, com tendência à base aliada do governo. Prova disso é a proximidade com o PSB, do governador de Pernambuco, Eduardo Campos, escudeiro do governo Dilma.
Mesmo antes de ser criado, o PSD tem dado demonstrações de que, além de ser “bom de voto”, é bom também na hora de superar a burocracia. Em nove meses, já trocou de nome e ainda afirma ter conseguido todos os documentos para obter o registro no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O processo de criação de um partido leva, em média, um ano e meio. A sigla, no entanto, conseguiu façanhas como obter um número de CNPJ na Receita Federal no mesmo dia em que deu entrada no pedido no cartório, ter registros deferidos em tribunais regionais em sessões que duraram menos de 10 minutos, além de reunir 500 mil assinaturas em pouco mais cinco meses.
Para a Procuradoria-Geral Eleitoral, “proeza” quase impossível, visto que a coleta de assinaturas para a criação das leis da Ficha Limpa e da Compra de Votos, por exemplo, levaram mais de dois anos —, enquanto para a criação de um partido é necessário reunir 492 mil adesões, para uma lei de iniciativa popular, o número gira em torno de 1 milhão.
Nos bastidores, os próprios aliados do Palácio do Planalto admitem que a criação do PSD conta com as bênçãos de Dilma e com a articulação do ex-deputado Ciro Gomes (PSB). Nem ele nem o irmão, o governador do Ceará, Cid Gomes (PSB), dizem cogitar mudança de partido. Mas a fusão das duas legendas chegou a ser idealizada por algumas lideranças.
Prefeitura
A ideia de Kassab de construir um novo partido surgiu depois de o prefeito cogitar a transferência para o PSB. O receio de perder o comando da prefeitura paulistana por infidelidade partidária, porém, motivou Kassab a rodar o país em busca de apoio para a criação de uma sigla. O surgimento do partido em tempo de disputar o pleito municipal de 2012 parecia improvável no começo do ano, quando foi iniciada a coleta das assinaturas. Hoje, a 12 dias do prazo para que a o PSD consiga o registro, as chances de o partido ser concebido a tempo são grandes, embora o julgamento iniciado na última quinta-feira pelo TSE tenha sido adiado.
Se de um lado a criação do PSD interessa ao governo federal, que aposta num enfraquecimento ainda maior da oposição, de outro, partidos críticos à gestão de Dilma trabalham incessantemente pela desconstrução da imagem da legenda. Além de DEM e PTB, que batalham para que o TSE não conceda o registro ao PSD, o Ministério Público Eleitoral (MPE) também se empenha para barrar a criação do partido. O motivo é o desorganizado processo de registro da agremiação, que, antes mesmo de contar com a quantidade necessária de assinaturas certificadas pelos Tribunais Regionais Eleitorais, resolveu dar entrada no pedido de aprovação do estatuto no TSE.
Fonte: Joranal Correio Braziliense - Brasília-DF
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